Muito se discute na área de saúde se os avanços tecnológicos substituirão os profissionais. A robótica, a medicina de precisão, as tecnologias 3D, a telemedicina e os diagnósticos feitos por supercomputadores são exemplos da evolução e da incorporação das tecnologias de informação e computacional na área médica. Contudo, todos são unânimes em afirmar que toda essa evolução facilita mas não substitui o único fator que diferencia uma máquina do profissional: A sensibilidade humana!
Na Odontologia também estamos passando por essa revolução, tanto no aspecto clínico quanto gerencial. Tecnologias 3D, Cad/Cam, impressoras a laser, desenvolvimento robótico e outros tantos inovam e se incorporam, a cada dia, à rotina profissional. Na Ortodontia, após a evolução do Invisalign®, diariamente surgem novos sistemas de alinhadores invisíveis, que através do scaneamento intrabucal e softwares de simulação de tratamentos, fabricam as placas alinhadoras, do início ao fim do tratamento proposto. Uma inovação que revolucionou a Ortodontia!
Será verdade?
A questão aqui não se refere à tecnologia em si, que a cada dia vem se aprimorando e oferecendo maior segurança nos resultados. Essa evolução, além de esperada, torna-se necessária para a maior aceitação e uso pelos profissionais. Porém o que muitos ortodontistas ainda não perceberam é a mudança mercadológica que isso trouxe. A tecnologia favoreceu aos bons ortodontistas, mas também àqueles pouco preparados, uma vez que a responsabilidade do diagnóstico e do planejamento dos tratamentos, etapas fundamentais para o bom resultado, estão cada vez mais sendo transferidas para as “equipes” das empresas fabricantes. Além disso, nenhum dentista clínico ou de qualquer outra especialidade é impedido de se aventurar nesse tipo de tratamento, pois tanto as empresas e, principalmente o Conselho Federal de Odontologia, não restringem esse tipo de tratamento apenas aos ortodontistas.
Na área da Administração, Porter (1979) determinou as 5 forças que regem a competição no mercado. Dentre elas, o poder dos novos entrantes deve ser sempre avaliada nos planejamentos estratégicos de qualquer empresa, clínica, consultórios, etc. Nesse aspecto, posso dizer sem medo de errar: A tecnologia dos alinhadores invisíveis não substituirão os ortodontistas no futuro, pois já tomou o seu lugar no presente. Já fomos substituídos!